Às vezes me sinto impotente. Quando vou ao cinema não posso pagar meia. Minha mãe e meus sobrinhos pagam. Meu cunhado também, porque tem o Itau Cultura. Eu sou a única que pago o ingresso inteiro.
Quando procuro emprego, às vezes me animo com alguma vaga. Vou ver, é pra deficientes. O mesmo se dá quando aparece aquela super vaga para estacionar o carro. Reservada.
As cotas na universidade separadas por raça também me deixam cabreira. Quer dizer que alguém quem tira metade da minha nota pode entrar na faculdade e eu não? Ué... Também estudei em escola pública e não tive essa mordomia toda! A verdade é que eu era uma das poucas da classe que estudava. O resto costumava nem fazer a lição. Depois tem cotas separadas para eles na universidade... É certo isso? Todo mundo tem que estudar! Ou não? Enfim...
Há certos ajustes sociais que são meio injustos. Nas placas não precisaria vir escrito atendimento preferencial a idosos, gestantes, crianças no colo. Tem também a turma das varizes, da artrose, recém operados, etc... A ordem de atendimento deveria obedecer ao bom senso. Quem tivesse pressa, pegaria a lista preferencial. Isso seria possível numa sociedade honesta. Na nossa, é mesmo difícil. Então somos esmagados pelas injustiças.
Nas placas do elevador não precisaria vir escrito "proibido insultar gays". Por que não citam também os gordos, tão discriminados em elevadores? As pessoas até se encolhem quando um gordo entra. Tem gente que chega a descer do elevador. Na placa deveria vir escrito "Respeito Social". Já englobaria tudo.
Meu avô era um italiano lindão que ficou viúvo duas vezes e se casou três. Só não casou mais vezes porque deixou a terceira mulher viúva. Ela era negra. Não teve filhos com ela, porque já era idoso. Mas não era racista, tanto que se casou com uma negra. Ela não era uma unanimidade entre os filhos, mas não por ser negra. É porque tinha um gênio forte mesmo.
E aproveito para deixar aqui a foto de meus sobrinhos, todos descendentes de negros, frutos de uma mistura de raças que só é possível porque há muito preconceito, mas também há muito amor:
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