terça-feira, 12 de abril de 2011

Ela caiu sem chuva nem vento

1

Hoje a noite, em pleno horário de rush, nossa querida árvore simplesmente morreu.
Esperou um exato instante em que ninguém estava passando nem nas calçadas nem na rua e caiu, carregando fios e deixando nosso quarteirão todo no escuro.
Foi generosa até no último instante.
Não resistiu à falta de cuidados, aos cupins, ao lixo jogado em seus pés.
Não resistiu à enchente oriunda daquela viela que sempre mostro aqui. Suas raízes devem ter ficado úmidas e nunca mais secaram, pois o cimento da calçada não permitiu.
Os vizinhos ficaram à sua volta durante horas enquanto seus galhos eram cortados e desenroscados dos postes. Pela primeira vez conversamos com várias pessoas dos prédios.
Muita gente do prédio que não conseguiu entrar de carro andou a pé pela rua (talvez pela primeira vez desde que se mudaram).
Conversamos, demos risada, vimos o subprefeito Carlos Fernandes chegar, examinar a árvore pessoalmente e dar os comandos para que a equipe da Prefeitura e da Eletropaulo unissem forças para removê-la do meio da rua.
Enquanto isso houve um acidente de trânsito. A CET chegou e não sinalizou o local corretamente, obrigando muitos veículos a se perderem pela Vila Anglo.
O isolamento ficou por conta dos funcionários dos prédios.
Enfim, trocamos ideias, observamos que pouca gente dos edifícios sai na varanda até mesmo numa hora como essa.
Soubemos direitinho o endereço do goleiro Rogério Ceni e certas atitudes que ele andou tendo no trânsito por aqui.
Também soubemos que seremos vizinhos da Daiane dos Santos e do preparador físico do Palmeiras.
Enfim, fizemos fofocas e amizade. Pena que foi por uma causa ruim.
Como conselheiras de metas entregamos à Prefeitura a sugestão de terceirizarem o serviço temporariamente, até que a demanda de árvores na fila de cuidados seja suprida.
Essa foi a terceira árvore que perdemos aqui no quarteirão só nesse ano.
Aos poucos nossa rua vai perdendo o cor-de-rosa. Por culpa da corrupção e dos porcalhões.

1 comentários:

  • 12 de abril de 2011 às 15:54
    Anonymous :

    olá...Fernanda...lindos comentários...no caso da poda de árvores, entendo sua angústia, porém o serviço já é terceirizado...já temos duas ou tres equipes completas de poda trabalhando aqui na sub lapa...o que podemos sugerir é um grande mutirão, até com treinamento de pessoal do exército para esta função de poda e, com auxílio dos técnicos da área do verde, tentarmos zerar a demanda.

    um grande abraço,

    Carlos Eduardo

Postar um comentário