domingo, 24 de outubro de 2010

ISOLAMENTO HUMANO

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     Vejam só, que ironia! Em século próspero de festiva modernidade, produzimos triste episódio de isolamento humano coletivo. Homem-tatu, explorador ou engrenagem? Serão mineiros os senhores do dinheiro? Se vou pra guerra, muito obrigado ou opção? Quem são os homens sobreviventes do buraco? Serão ainda os mesmos, ou não?

     Fazer poesia com estupenda barbaridade traz à mente o mais básico questionamento: O que viemos fazer aqui? Faço parte da engrenagem da ganância? Não teria obrigação de escolher ocupação que me sustentasse de fato? O que será, afinal, a tal "sustentabilidade"?

     O sistema sou eu quem faço. Quando consumo, me locomovo. Quando escolho ser na vida isso ou aquilo. Se sou braço da ganância, corro o risco de ir parar no buraco. Alguns justificam a profissão como falta de opção. Mas que sina a dos mineiros... Provar ao mundo ser possível viver sem luz, longe de todos - como um inseto. Na contramão do absurdo veio o resgate. Tentar salvar as pobres vidas que se esconderam. Solidariedade, engenharia ou compromisso?  

     Ai de nós, pobres mortais! Enquanto exploramos o universo das mais diversas formas invasivas, embriagamo-nos de consumo inútil e volátil. Será o meio-ambiente o único a morrer aos poucos? Ou seremos nós os defuntos vivos de um sistema que insistimos em aceitar?

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