Palmeiras e Santos. Um clássico. A idéia tivemos perto das cinco da tarde, hora em que os ingressos para a arquibancada deixam de ser vendidos. Mas minha irmã foi correndo e conseguiu os preciosos.
A arquibancada não foi escolhida somente pelo preço, mas pela macheza. Isso mesmo: numerada é coisa de viado. Bom mesmo é assento de concreto, no meio do povão, pra sentir o calor da torcida.
Saímos bem mais cedo porque a puxada não é pequena: meia hora a pé. No caminho fui ensinando o hino do clube, estrofe por estrofe, bem direitinho.
- Quando surge o alviverde imponente...
Não fiz muito sucesso porque, dos três pequenos, palmeirense mesmo é só um, o menorzinho. Os outros dois são bambizinhos, tadinhos.
Na chegada, a massa alviverde intimidava: as crianças, embora torcedoras do time do Morumbi (por influência do cunhado afetado), logo trataram de amarrar bandanas bem fosforescentes, pra que aquele monte de maloqueiros nem de longe desconfiasse que naqueles peitinhos batiam corações tricolores (e dos mais fanáticos).
Na entrada o funil para a revista - degradante. Finalmente dentro do Palestra, escolhemos nosso lugar: bem na curva da rede. Com sorte veríamos o Verdão marcando os gols bem de perto e com mais sorte ainda um dos pequenos se converteria – se Deus quisesse.
A massa não parava de chegar. A TUP distribuía folhetos onde estava uma música que declarava amor incondicional ao nosso amado Palmeiras.
Finalmente os fogos! O Santos entra primeiro, com um estádio totalmente verde e uma vaia de apitar o ouvido. Agora sim, é a vez do Palestra subir as escadas e quem entra primeiro é o Luxemburgo, engravatado, maestro de uma orquestra milionária - aos seus ouvidos. Naquela expectativa, de repente fica tudo escuro e quando percebemos, estamos debaixo de uma bandeira gigante que subiu não sabemos como. Após alguns segundos tentando entender o que aconteceu, meu sobrinho olha pra mim e diz:
- Justo agora que eu queria ver o Marcos!
Assim que nos livramos do incômodo, o juiz apita e o jogo começa. O barulho é apenas da torcida, nada de narrador ou alguém pra fazer com que a gente entendesse o que estava acontecendo. O Palmeiras atacava lá do outro lado do campo, onde marcou nada menos do que cinco gols, só no primeiro tempo.
No intervalo o mais intrigante: um ambulante conseguiu encontrar, no meio da torcida, a quem ficara devendo um real.
- Foi praquele cara de verde.
O maledeto sentado atrás de mim insistia em fumar o tempo todo, e o que era pior: jogava as bitucas pra eu apagar quando me sentasse. Resultado: por pouco não queimei o traseiro.
No segundo tempo, dois gols do Santos, também lá longe. Sete gols, todos do outro lado.
O pior nem foi isso: do degrau pra baixo todo mundo ficou em pé e do nosso degrau pra cima, todo mundo mandava sentar. Nem preciso dizer que só nos restou prestar atenção na Mancha, que cantava sem parar:
- Ooooo vamo ganha porcoooo!!! Vamo ganha porcooo!!! Vamo ganha porcooo oooo!!!
(Sobe-sobe bandeira!)
Mas até que foi bom. O juiz apitou o final de jogo e nós, preocupados com a super-lotação da saída, demos um tempo esperando esvaziar.
Em seguida descemos em fila, ainda espremidos, mas demos a sorte de encontrar uma moçada que avistou o Chico Lang lá no alto, na cabine da Gazeta, e não deu outra:
- Olha lá! Jornalista gambá!
- Hei! Chico Lang! Vai ..........#$%¨&%
- Ueeeeeebaaaaaa!!!!!!!!!!!
- Palmeeeeeiraas!!! Fiu fiu fiu! Palmeeeeeiraas!!! Fiu fiu fiu!
Depois voltamos a pé, felizes da vida, cantando em família, sorrindo e brincando juntos.
E assim passamos mais uma, das muitas noites inesquecíveis no estádio do Palestra.
A arquibancada não foi escolhida somente pelo preço, mas pela macheza. Isso mesmo: numerada é coisa de viado. Bom mesmo é assento de concreto, no meio do povão, pra sentir o calor da torcida.
Saímos bem mais cedo porque a puxada não é pequena: meia hora a pé. No caminho fui ensinando o hino do clube, estrofe por estrofe, bem direitinho.
- Quando surge o alviverde imponente...
Não fiz muito sucesso porque, dos três pequenos, palmeirense mesmo é só um, o menorzinho. Os outros dois são bambizinhos, tadinhos.
Na chegada, a massa alviverde intimidava: as crianças, embora torcedoras do time do Morumbi (por influência do cunhado afetado), logo trataram de amarrar bandanas bem fosforescentes, pra que aquele monte de maloqueiros nem de longe desconfiasse que naqueles peitinhos batiam corações tricolores (e dos mais fanáticos).
Na entrada o funil para a revista - degradante. Finalmente dentro do Palestra, escolhemos nosso lugar: bem na curva da rede. Com sorte veríamos o Verdão marcando os gols bem de perto e com mais sorte ainda um dos pequenos se converteria – se Deus quisesse.
A massa não parava de chegar. A TUP distribuía folhetos onde estava uma música que declarava amor incondicional ao nosso amado Palmeiras.
Finalmente os fogos! O Santos entra primeiro, com um estádio totalmente verde e uma vaia de apitar o ouvido. Agora sim, é a vez do Palestra subir as escadas e quem entra primeiro é o Luxemburgo, engravatado, maestro de uma orquestra milionária - aos seus ouvidos. Naquela expectativa, de repente fica tudo escuro e quando percebemos, estamos debaixo de uma bandeira gigante que subiu não sabemos como. Após alguns segundos tentando entender o que aconteceu, meu sobrinho olha pra mim e diz:
- Justo agora que eu queria ver o Marcos!
Assim que nos livramos do incômodo, o juiz apita e o jogo começa. O barulho é apenas da torcida, nada de narrador ou alguém pra fazer com que a gente entendesse o que estava acontecendo. O Palmeiras atacava lá do outro lado do campo, onde marcou nada menos do que cinco gols, só no primeiro tempo.
No intervalo o mais intrigante: um ambulante conseguiu encontrar, no meio da torcida, a quem ficara devendo um real.
- Foi praquele cara de verde.
O maledeto sentado atrás de mim insistia em fumar o tempo todo, e o que era pior: jogava as bitucas pra eu apagar quando me sentasse. Resultado: por pouco não queimei o traseiro.
No segundo tempo, dois gols do Santos, também lá longe. Sete gols, todos do outro lado.
O pior nem foi isso: do degrau pra baixo todo mundo ficou em pé e do nosso degrau pra cima, todo mundo mandava sentar. Nem preciso dizer que só nos restou prestar atenção na Mancha, que cantava sem parar:
- Ooooo vamo ganha porcoooo!!! Vamo ganha porcooo!!! Vamo ganha porcooo oooo!!!
(Sobe-sobe bandeira!)
Mas até que foi bom. O juiz apitou o final de jogo e nós, preocupados com a super-lotação da saída, demos um tempo esperando esvaziar.
Em seguida descemos em fila, ainda espremidos, mas demos a sorte de encontrar uma moçada que avistou o Chico Lang lá no alto, na cabine da Gazeta, e não deu outra:
- Olha lá! Jornalista gambá!
- Hei! Chico Lang! Vai ..........#$%¨&%
- Ueeeeeebaaaaaa!!!!!!!!!!!
- Palmeeeeeiraas!!! Fiu fiu fiu! Palmeeeeeiraas!!! Fiu fiu fiu!
Depois voltamos a pé, felizes da vida, cantando em família, sorrindo e brincando juntos.
E assim passamos mais uma, das muitas noites inesquecíveis no estádio do Palestra.
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