O horário político virou piada, e se for ver, isso não é tão ruim assim. A "Hora do Brasil", com aquela voz sinistra nunca nos fez prestar atenção ao que era dito e as palhaçadas do horário eleitoral até que atraem nossa atenção. Sorte dos candidatos mais sérios, que contam com um pouquinho mais de audiência.
Quando eu era jovem, gostava muito de política. Conhecia os partidos, as filosofias, e era idealista. Defendia candidatos em altas discussões, ficava nervosa. Hoje já não sou tão ingênua, e até no voto distrital, que sempre defendi, atualmente não acredito mais.
Depois de conhecer melhor como funcionam os movimentos comunitários, como os políticos se relacionam com a população, como a imprensa noticia os acontecimentos, já não acredito mais que o voto distrital possa ser um bom negócio. Isso porque a mesma ambição e guerra de poder pode ser observada tanto no alto escalão do Governo, como nas micro comunidades. E foi isso que me decepcionou.
São Paulo é uma cidade intrigante. Às vezes estamos batendo altos papos com quem nem conhecemos. Outras vezes, pessoas íntimas passam sem cumprimentar. Isso me aborrece muito e assim vou triando quem merece ou não minha confiança. Na internet, é a mesma coisa. Não responder a um e-mail é como não responder a um cumprimento. Mas a vida é assim, vamos tocando e seguindo em frente.
Como é bom envelhecer! Com o passar do tempo vamos percebendo que onde há hierarquia, há guerra de vaidades e corrupção. Procurei ser educada quando falei sobre minha visita à reunião do Conselho de Desenvolvimento Sustentável, porque fui bem recebida. Mas, sinceramente, uma cidade da magnitude da nossa merece uma administração menos amadora.
Procurei me envolver nos movimentos comunitários por sentir sede de melhor qualidade de vida para todos. Mas pude perceber que ela é medida por muitas réguas, e muitas vezes a democracia acaba ficando em segundo plano. Conheci (por alto) nomes de vereadores envolvidos com nossa região, mas tristemente vejo cavaletes dessas mesmas pessoas espalhados pelos meio-fios das ruas, o que é proibido. O mesmo se dá com propagandas que encobrem o vidro traseiro inteiro dos veículos, o que também é proibido. Como votar em cidadãos para fazer leis, se nem eles respeitam as leis?
É certo que as leis nem sempre são corretas. Essa das cadeirinhas até que aceitaria, se o cinto de segurança já estivesse funcionando nos coletivos. A lei da inspeção veicular para veículos novos, e não para veículos mais antigos ou para ônibus, carros-fortes, que poluem barbaridade? Cada vez mais moradores de ruas espalhados, sofrendo, e muitas notícias de que alguns moradores de rua são estupradores (recentemente, mais um na Barra Funda). Mas eles não são obrigados a ir para abrigos, então a segurança deles e a nossa está constantemente ameaçada.
É por essas e por outras que morro de rir quando vejo o Tiririca dançando. Já pensei em votar nele só pra manter um palhaço a mais no Congresso. Depois desisti, quando vi que apoia o Lula - o que não é de se estranhar, vindo de um palhaço. Hoje mesmo vi um candidato bonito no outdoor e pensei: "Nossa, que bonitão! Acho que vou votar nele, pelo menos assim o Congresso fica mais apresentável".
Não tenho candidato pra segundo senador. Nem federal, nem estadual. Não gosto do candidato a Presidente em quem vou votar. Já pensei em anular. Mas aí pensei: Ah... Se eu fizer isso vou votar na Dilma! Ah, isso não, cruz credo! Mas se ela ganhar, vai continuar tudo igual! E se o outro ganhar? Ah, aí volta a greve de fulano e beltrano, que o Sindicato vai organizar, dizendo que é o povo que tá puto da vida. E o povo vira marionete e faz greve! Ah... Chegamos num ponto onde até fazer greve é fazer campanha pra quem a gente nem sabe quem é. Depois o Tiririca é que é palhaço.
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