Depois que passei a conhecer a cidade um pouco melhor e a participar de reuniões de condomínio (já que nunca morei em prédios), pude observar de fora as diferentes personalidades dos síndicos da região.
Alguns são amados, outros literalmente odiados. Tem gente que os persegue, tem morador que acha que tudo é culpa deles. Outros são tão queridos que têm procurações em branco para irem à 25 de março torrar o quanto quiserem, sem recibo.
Eu, que vejo de fora, admiro a disponibilidade dessas pessoas e a coragem que têm de assumir responsabilidade grande, que geralmente não traz reconhecimento algum.
Nesses tempos descobri que morar em prédio de pastilhas é dor de cabeça na certa, pois um bom pastilheiro é figura rara na cidade e cobra uma nota. Encontrar lote grande de pastilhas antigas então... Missão impossível!
Outro dia, após meses percebendo que o reciclável do edifício ao lado era depositado na rua após o horário de coleta, (e claro, ficava na rua até o dia seguinte sem que o síndico perguntasse ao porteiro o que tinha acontecido...), decidi deixar uma cartinha na portaria para avisá-lo do horário.
Na outra semana eles puseram o lixo mais cedo, e claro, foi recolhido com sucesso.
Jamais na vida pensei que um porteiro não perceberia um evento como esse, notando que os profissionais de limpeza e os moradores perdiam semanalmente todo o serviço e vendo o caminhão passar sem relacionar uma coisa à outra.
Tem outro prédio aqui perto onde um buraco na rua jorra água o dia todo, sem que o síndico chame a Sabesp ou venha a comunicar a Prefeitura sobre alguma mina de água que brotou do chão e corrói o asfalto. Tem outros aqui na rua que avistam buracos o ano todo sem pedirem recapeamento, e por aí vai.
Creio que síndicos sejam figuras-chave na cidade de São Paulo, pois aqui há prédios por toda parte. Se eles também abraçassem as causas das lâmpadas da rua, dos buracos em volta e de pequenos detalhes como avisar os moradores que não é correto saírem pela rua para urinarem e defecarem com seus cães, a cidade seria outra.
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