quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Novos vizinhos

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Nesse final de semana a casa aqui ao lado finalmente foi ocupada, após um bom tempo para alugar. Não vi a mudança, mas percebi pelo lixo que apareceu aos montes na rua, uma hora após o lixeiro passar.

Aquela sujeira toda ficou na rua de sábado até ontem a noite, quando eles jogaram mais coisas. Hoje de manhã, acordei ávida por finalmente ver a rua limpa, mas não é que eles tinham jogado mais umas trinta caixas de papelão? E não se preocuparam em empilhar não, amontoaram tudo como quem joga cascas de banana pela janela. Não fizeram cerimônia e vieram jogar algumas no poste aqui ao lado do nosso portão, onde pertence a eles, mas sou eu quem cuido, pois varro sempre e mantenho o asseio.

Já fiquei pensando em como vou informá-los sobre as leis da cidade, nossos hábitos e a importância de "ser limpo". Vou fazer uma tabelinha com os horários do lixeiro. O cachorro deles late bastante, principalmente lá pelas cinco e pouca da manhã, quando o sono vem mais gostoso, sabe?

Mas nem tudo é desgraça. Eles jogam tudo fora de hora, mas separam o reciclável do lixo comum. Cumprimentaram quando nos encontramos. E embarcam os filhos rapidamente no transporte escolar, sem ficar fazendo muita gritaria como os antigos.

Às vezes entendo porque muitas pessoas se isolam com muros altos e não são muito de cumprimentar ninguém. Fico imaginando a Pompeia quando era apenas uma chácara, cheia de bananeiras, muito espaço e poucos cachorros. Eu não consigo entender como uma população urbana abraçou tantos animais domésticos! Acho que deve ser devido ao desamor. Só pode ser. Quando vejo essas pessoas passeando com seus animais, fico imaginando o que seria da vida delas se não tivessem os bichinhos. Às vezes dá pra perceber que não são os donos que estão levando os animais para passear, mas sim o contrário. Por isso nem sempre me irrito de limpar as fezes da calçada.

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