domingo, 30 de outubro de 2011

Viva Pacaembu

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O desrespeito ao Pacaembu e à cidade de São Paulo

“São Paulo, compreendestes perfeitamente que o Estádio do Pacaembu é obra vossa, e para ela contribuístes com vosso esforço e vossa solidariedade. Compreendestes ainda, que este monumento é um marco da grandeza de São Paulo, a serviço do Brasil. Declaro assim inaugurado o Estádio do Pacaembu.”
Getúlio Vargas, 1940

Prezado Presidente, mais de setenta anos se passaram e venho mandar notícias de nosso estádio e de nossa região:

O Estádio do Pacaembu ficou famoso no mundo todo! Milhões e milhões de pessoas por aqui passaram, e ainda passam. Não há quem não tenha uma história para contar envolvendo o estádio ou seus arredores. O Pacaembu costuma ser chamado de “marco afetivo da cidade de São Paulo”, “templo consagrado do futebol”, entre outros apelidos que lhe foram dados com nó na garganta e lágrimas nos olhos.
Hoje ele abriga um museu! O Museu do Futebol nasceu com o intuito de contar a história de nosso povo através da história do futebol. Isso porque muitas pessoas passam horas e horas falando sobre esse esporte. Nas ruas, nos jornais, na televisão, no rádio... Atualmente os jogadores ganham muito dinheiro e as crianças sonham um dia ser como eles.
Mas muita coisa mudou por aqui. As pessoas, principalmente. Já não vestem mais ternos nem usam chapéus para ir ao estádio. Preferem se embriagar antes dos jogos e isso gera conflitos. Estão mais violentas! Não há partida onde não precisemos de grande contingente de policiais. Muitas vezes não é possível coibir as confusões que explodem dentro e fora do estádio.
Vivemos tempos estranhos... Apesar do Pacaembu ser um patrimônio amado e conclamado, nem todos procuram respeitá-lo. Sua grandeza se apequena diante da embriaguez da multidão, que urina e defeca em suas dependências e arredores. E isso não ocorre só em dias de jogos! Tem gente que viu nessa região o lugar ideal para viver jogado no mato, para beber cachaça, falar alto, arrumar encrenca, fazer barulho e vadiar.
Quem ama e cuida do Pacaembu fica triste, se mobiliza, se une e pede providências, tentando de todas as formas defender e preservar esse lugar. Mas tem gente que virou dona da rua, cobra pra estacionar, encobre as placas, mora nas praças, faz churrasco no posto de gasolina e nem quer saber das leis desse lugar.
Sabemos que o trabalho para construir e manter a região não foi nem tem sido pouco. Hoje, setenta e um anos depois, vemos que São Paulo tinha mesmo vocação para ser grande. E como a cidade cresceu... Ficou imensa! O que ainda falta é se fazer respeitar.


Fernanda Migliore Rodrigues

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