quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Chão sujo, casa suja

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Ontem fui a um café na Rua Camilo e havia um artista fazendo apresentação para as crianças. Ele brincou com eles mandando pronunciar "chão sujo, casa suja", porque falando rápido é um "trava-língua".

Depois lembrei de minha prima, que tira o sapato assim que chega em casa porque tem nojo da rua. E a empregada do vizinho, que pediu demissão de um apartamento na avenida Pompeia porque a mulher queria que ela lavasse as solas dos sapatos todos os dias.

Há alguns anos, quando chovia, eu costumava andar pelas calçadas sem sapatos, porque a enxurrada alagava tudo e era difícil caminhar com eles. Hoje eu jamais teria coragem de fazer isso, porque eu tenho nojo nojo nojo.

No Pacaembu não dá pra ficar sentado nos murinhos de concreto porque fedem a "mijo". Urina concentrada e misturada, grudada pelo sol. Urina de gente misturada com a de animais. E pela terra lateral, fezes. Pelo Morro das Cabritas também não dá mais pra ficar, porque virou a Praça dos Cães. Fezes humanas e de cães, moscas, restos, ratos. E é assim por todo lado que tenha um mato.

Chão sujo, casa suja. Chão sujo, cidade suja. Cidade porca. Gente porca. Desanima.

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