Como escrevo para crianças frequentei muito essa biblioteca, que tinha um acervo incrível mas muitas vezes não tão organizado quanto gostaríamos.
E isso não era culpa de ninguém porque livro infantil é mesmo um caso sério... São fininhos, difíceis de organizar e num segundo se misturam e se perdem pelas estantes. Ainda mais quando várias crianças entram na biblioteca de uma vez.
Alguns eram bem velhinhos e eu mesma cheguei a doar uma montanha de livros que não iam ficar só lá, iam também para outros lugares por não serem infantis.
A biblioteca fica num local um pouco afastado, e é natural que em lugares assim a frequência não seja tão grande. Isso porque a Vila Romana e a Vila Ipojuca vêm crescendo mas nem sempre as pessoas que moram por aqui ficam no bairro. Viajam, trabalham o dia todo, andam mais de carro e muitas vezes nem sabem que lá na biblioteca podiam ler os jornais do dia, as revistas semanais e desenvolverem outras atividades, como usar a internet (quando estava funcionando...).
Uma vez ouvi algumas pessoas comentando que a biblioteca poderia ter atividades diversificadas, mas que as atividades logo eram desativadas por um ou outro motivo.
Também estive lá antes da reforma e pude acompanhar a dificuldade que foi reformar aquele telhado. O acervo diminuiu muito, por empréstimos não honrados, enchentes e a própria validade dos livros, que amarelam, emboloram, rasgam e sujam, ainda mais quando manipulados por crianças.
O que me pergunto é por que os gestores do lugar deixaram chegar a esse ponto. Perder metade do acervo é grave, mais da metade é muita coisa!
Pensei em tentar procurar editoras e os meios viáveis para recuperarmos o acervo, depois parei para refletir: Há muita gente ganhando para fazer isso! Se há menos de cem fichas cadastradas, é porque a biblioteca não trabalha sua divulgação.
Quando passei no concurso da Prefeitura, tinha o sonho de trabalhar lá. Mas me mandaram pro posto de saúde.
E aí vem de novo aquele assunto que falamos sobre a USP, os concursos públicos, os vestibulares e o método de escolha das pessoas e dos lugares. Será que o método dos concursos, obrigando o tal colocado a assumir o renunciar a "x" vaga, naquela área, naquele período, é mesmo justo ou injusto? Manter pessoas pouco adequadas num lugar público é ideal para o desenvolvimento da sociedade?
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