terça-feira, 28 de junho de 2011

Tantas coisas para fazer a cidade ficar mais bonita...

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O semeador de estrelas
(Rússia)

De dia, é assim...
 Mas à noite...

Pintando a fachada com luzes:


Arte em semáforos, muros e degraus (na França):
http://verde.br.msn.com/galeria-de-fotos-bbc.aspx?cp-documentid=29278981&page=1

Arte em depósitos de materiais recicláveis:
http://verde.br.msn.com/galeria-de-fotos.aspx?cp-documentid=29157528&page=8

Grafite em bueiros:
http://fottus.com/sem-categoria/arte-em-bueiros/

E para quem quiser um cronômetro bailarino, aqui está:
http://www.asriran.com/files/fa/news/1389/8/16/155486_922.swf

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O mala do vizinho

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Foi um custo reformar a casa, mas assim que instalaram as janelas com vidros "fumê", não deu outra:
No primeiro fim de semana os vizinhos estouraram fogos de artifício e arrebentaram o vidro.
Tudo bem, nada de brigar já que podia ter sido sem querer.
Quando chegou o Natal, inventei de enfeitar a casa com luzes brancas formando uma cascata que desembocava numa estrela cadente. Fiquei cinco horas testando as lampadinhas uma por uma e foi só fazer a estrela brilhar que o quadrado do vizinho enroscou nos fios, desmontando minha obra de arte.
Esses são os mesmos que passam a noite toda pagodeando e fazendo churrasco fedido, daqueles que pingam a gordura na brasa até defumar os bifes. Só descansam quando os filés viram sola de sapato, ou quando a cerveja acaba.
Eles têm tantos amigos que nem se pode contar! Param os carros na porta de nossa garagem e batem bola na nossa parede. Pra ajudar, torcem pro Corínthians.
Os quadrados que eles empinam têm uma relação de amor com nosso telhado e quando é verão o que eu mais faço é pegar pipa na laje. Quando não estou em casa eles não se fazem de rogados, escalam as paredes, e na mais descarada invasão de domicílio correm pelo nosso quintal sem cerimônia.
Antes achávamos que era um gato gordo, mas depois nos tocamos que eles estavam por aqui.
Mas eu fico sem graça de xingar e falar a verdade assim, na lata, e então estava pensando numa forma de me comunicar com eles sem que para isso precisasse me expor.
Pensei que poderia instalar um painel eletrônico, parecido com esses que vemos nas estradas, e nele pudesse disponibilizar o estado do meu humor.

Algo do tipo:

:-) Estou bem
:-| Estado de alerta
:-/ Ficando preocupada
:-D Tolerante
:-( Insatisfeita

Ou então um semáforo:

Luz verde = Pode continuar cantando e batucando, ou batendo bola
Luz amarela = Tô ficando de saco cheio
Luz vermelha = Pare, senão chamo a polícia.

Cada coisa que a gente pensa...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Encontrei na rua...

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Para não dizer que encontrei no lixo, porque estavam super limpos, embalados ou encaixotados, esperando um interessado, a chuva ou o coletor, faço aqui uma lista das coisas que encontrei durante minhas caminhadas a pé:

- Um pisca-pisca com 15 lâmpadas grandes (daquelas que adornam árvores grandes) estilo antigo, onde apenas uma lâmpada estava queimada
- 12 cabides de madeira limpos e íntegros, fortes e maciços, do século passado
- 1 bolsa de couro contendo em seu interior um ótimo guarda-chuva (deve ter sido roubada e atirada ao chão)
- 1 bolsa sintética, mas muito bonita, dentro de uma caçamba, que após ter seu forro costurado, uso até hoje
- 1 curso completo de eletrônica (12 apostilas de um curso por correspondência)
- 1 dicionário médico
- 8 livros de enfermagem
- 1 coleção completa de apostilas do Anglo (essas salvei de pegarem chuva, foi sorte)
- 1 álbum de fotografias do Vampeta e do Edmílson de alguma fã que devia persegui-los e depois jogou fora
- Diplomas de um médico e de uma professora, que certamente faleceram e seus herdeiros ficaram com o apartamento, mas se livraram das lembranças e documentos
- Meia dúzia de sapatinhos infantis, um mais bonitinho que o outro, que foram jogados na porta da minha casa, com livros de português e inglês, alguns potes de plástico entre outros recicláveis perfeitamente utilizáveis.

E que eu me lembre, foi isso. Já achei dinheiro, carteira, cheque, comprovante de pagamento de IPVA. Eu adoro andar olhando o lixo, e uma das coisas que fico sempre querendo pegar é terra, daquelas que os prédios jogam dentro das caçambas. Inclusive aquele vaso anti-dengue que eu montei foi feito com a terra vermelha da obra da Rua Marcelina.

Outro dia, no Caldeirão do Huck, uma senhora humilde disse que a sorte é a gente morar num país onde muita coisa é jogada no lixo. Assim ela ia no fim da feira e conseguia alimentos para sua família, que duravam a semana toda.

Eu estive pensando em montar um serviço assim, onde a gente pudesse cadastrar o que tem em casa e quase não usa para poder emprestar pras pessoas que estão precisando. Acho que seria bom pro meio ambiente e pros nossos bolsos.

Os condomínios poderiam ter uma central de informações desse gênero, onde os livros de cada família montassem uma grande biblioteca pro condomínio. Isso se o ser humano não tivesse tantas neuras. Porque um é apegado, o outro não é organizado e acaba esquecendo de devolver, ou não cuida direitinho... Mas creio que esse tipo de atividade poderia se desenvolver ao longo do tempo com êxito. Porque os espaços estão cada vez menores e a quantidade de produtos que a gente tem necessidade de adquirir vai aumentando... Seria uma boa para que ninguém passasse vontade, sem gastar muito.

Eu mesma tenho tantas bolsas que não uso... Acho uma judiação comprar uma bolsa de festa para usar uma vez só. Certo mesmo seria emprestar.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Dá pra prestar atenção?

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Tenho conhecido tanta gente que não consegue escutar o que o outro fala que está me dando aflição.

É horrível conversar com alguém enquanto a TV está alta, disputar a atenção do outro com o celular, com a novela, com o computador ou com os próprios pensamentos da pessoa, que muitas vezes responde o que você disse de um jeito tão esquisito que é certeza que nem ouviu o que a gente disse.

Outro dia encontrei uma amiga que tinha acabado de se separar do marido. Ela mora no interior e me ligou porque estava em SP e aí fui encontrá-la. Durante nossa conversa, num barzinho da Vila Madalena, desses bem barulhentos numa tarde de sábado, ela falava pelos cotovelos e quando eu ia responder, do meu jeito lerdinho de ser, ela não tinha paciência para ouvir a resposta e completava minha frase de um jeito totalmente diferente do que eu ia dizer. Aí ela comentava o que eu não tinha dito e a conversa ia se desenrolando dessa forma.

Chegou uma hora que eu já estava sem forças para ficar ali. Tudo o que eu queria era virar uma geleca e escorrer pelo ralo, para não ter que fazer esforço para me retirar da frente dela. Aquele jeito maluquetes dela consumiu minhas energias de um jeito, que tive que passar um tempo descansando, esperando o rádio que tocava dentro da minha cabeça desligar.

E isso não acontece só com ela! Na minha casa, é a mesma coisa. Aquele tempo que o outro precisa para ouvir o que estou falando parece que vai fazer falta, e a pessoa vai ficando impaciente. Isso, quando presta atenção! O mais comum é interromper as frases com algum comentário nada a ver.

Por isso acho que o mundo está precisando de mais silêncio. A internet é um ótimo meio da gente expressar o que pensa, mas é ao mesmo tempo uma maneira de banalizar tudo. A ideia mais genial vira lixo, as bobagens mais fétidas viram líderes de audiência e assim o mundo vai ficando ruidoso demais para o meu gosto.

Por acreditar que o mundo carece de silêncio, estou planejando fazer a minha parte. Procurar ouvir mais, reclamar menos e dedicar mais tempo à vida real do que à internet.

Aqui no blog aproveito para falar tudo o que dá na telha, e isso nem sempre é bom. Posso acabar ofendendo pessoas sem querer e essa ideia me incomoda.

Muitas coisas a gente pensa, mas não fala. Só que nos blogs tudo vai ficando registrado e dali a um ano quem lê acha que você está pensando daquela forma naquele dia. Só que o tempo não serve apenas para a gente ficar mais enrugado. Serve pra gente ficar mais sabido, e ser sabido é ter um limiar de paciência bem maior a cada ano que passa. É ter uma visão do mundo mais ampla, o que faz com que a gente julgue os outros cada vez menos.

Então, em nome dessa filosofia vou fazer a minha parte e ficar mais quietinha. Acho que vai ser bom pra mim e vai me ajudar a amadurecer.

Os ciclistas, os motociclistas, os motoristas, os pedestres e seus enquantos

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Hoje assistindo TV, vi uma ciclista falando que os motoristas dirigem com a intenção de machucar os ciclistas.

Ah... Faça-me um favor, né! Será que ela pensa que um motorista de ônibus de excursão sai de casa pensando em matar alguém?

Não sei como os jornalistas veiculam esse tipo de entrevista. É um absurdo tão grande que não deveria ganhar créditos!

Creio que esses ciclistas que dão esse tipo de entrevista desconheçam os inúmeros pontos cegos que existem num veículo e o quanto difícil seja gerenciar as mil coisas que acontecem ao mesmo tempo no trânsito de SP.

Esse povo que se organiza e acaba formando gangs é meio perigoso. Eles picham as ruas e as placas e acham que isso não é infringir leis. E ninguém fala nada!!!

Não são todos. Mas para mim, vândalo é o pichador, vândalo é o ciclista pichador.

Essa história de formar gangs para reivindicar o estilo de vida paz e amor não me convence.

E essas pessoas que depredam o patrimônio público em nome do desenvolvimento sustentável também não são ecologicamente corretas.

Seria preciso mais respeito pela cidade, em primeiro lugar. Se é tão difícil respeitar um ser humano, que ao menos respeitem o patrimônio público.

Seria o mínimo que poderiam fazer aqueles que dizem lutar por um mundo melhor.

Vai tirar fotos, senhora?

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Ontem eu fui ao Poupatempo.
Lá na porta, um exército de pessoas chamando o povo para tirar fotografias.
Antigamente, era necessário tirar fotografias, mas atualmente as fotos são digitais, e são tiradas pelos próprios atendentes do Poupatempo gratuitamente.
Um monte de gente aceita tirar as fotos lá fora. Eu mesma levei as fotos prontas e acabei jogando dinheiro fora.
Será que o Governo do Estado de SP não poderia disponibilizar uma placa lá na porta do Poupatempo avisando que as fotos são digitais, evitando assim que aquelas pessoas que não sei se chamo de golpistas ou aproveitadoras continuem vivendo de enganar os outros?
Acho uma falta de ordem e um desrespeito ao cidadão. E a culpa é do Poupatempo e do Governo do Estado de SP, que permite esse tipo de prática nas suas imediações.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Andar de bicicleta em SP? Eu voto NÃO!

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Porque ainda não dá! Nem os carros e as motos estão conseguindo se entender em nosso trânsito. Os pedestres não respeitam a faixa, nem os motoristas. Estou com dois vizinhos acidentados. Eles aderiram à onda "vai de bike" e se deram mal. Um deles perdeu os quatro dentes da frente. Ambos estão com os rostos muito machucados.

Hoje,  na Avenida Sumaré, mais um caso:

13/06/2011 - 16h02


Presidente de conselho da Lorenzetti morre atropelado em SP

O empresário Antonio Bertolucci, 68, morreu na manhã desta segunda-feira após ser atropelado por um ônibus de turismo quando andava de bicicleta na região da avenida Sumaré, na zona oeste de São Paulo.

Bertolucci era acionista e presidente do Conselho de Administração do Grupo Lorenzetti, fabricante de duchas e chuveiros. Em nota, a empresa lamentou o acidente e disse que o empresário deixa mulher e seis filhos.

O atropelamento ocorreu por volta das 9h20. O motorista do ônibus disse à polícia que trafegava pelo acesso à avenida Paulo 6º quando ouviu um barulho ao fazer a curva. Ele afirmou só ter visto o ciclista, pelo retrovisor, quando ele já estava caído no chão, entre o ônibus e a guia.

Segundo o boletim de ocorrência, Bertolucci foi atingido pelo pneu dianteiro do lado direito do ônibus. O veículo passou, ainda, sobre a perna do empresário.

Ele foi levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos e morreu às 9h35.

Ciclistas estão organizando uma manifestação, inicialmente para as 19h, no mesmo local do acidente, para protestar contra a falta de segurança no trânsito.

A ocorrência foi registrada no 14º DP (Pinheiros), que vai investigar as circunstâncias do acidente.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/929284-presidente-de-conselho-da-lorenzetti-morre-atropelado-em-sp.shtml

domingo, 5 de junho de 2011

Não dá pra entender

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Vou tentar ser sucinta:

Faz pouco mais de um ano que passei a conhecer os movimentos organizados da região, movida pela vontade de limpar o bairro.

Nesses meses conheci os Consegs e alguns Núcleos de Ações Locais, como os do Sumaré, da Lapa de Baixo, da Vila Romana e da Lapa. Conheci também alguns movimentos de Pinheiros e dos Jardins, além de conselheiros do CADES e da Saúde.

O que pude notar em comum entre todos esses grupos foi o desejo de manter o bairro com qualidade de vida. Todos lutando por mais segurança, por menos barulho, por ordem no trânsito e por tudo o que é ligado ao bom convívio.

Como todo mundo trabalha sem remuneração, é natural que a vontade de ser reconhecido pelo esforço feito pelo bem comum seja inerente a todos esses líderes. E se for ver, é o mínimo que a comunidade pode dar em retorno à essas pessoas.

Mas, para minha surpresa, pude ver que o principal veículo de comunicação do bairro não vê os movimentos com bons olhos. Frequentemente boicota a divulgação de informações, dos horários das reuniões, critica o trabalho dos líderes e procura endeusar os movimentos comunitários do século passado como as únicas coisas que foram úteis ao bairro.

Moro bem ao lado de uma quadra ótima que foi inutilizada desde que um desses movimentos antigos assumiu os cuidados com ela. Os ferros dos pilares estão aparentes. O mato e o lixo se espalham por meio quarteirão. Isso me leva a refletir:
Será que esses movimentos antigos eram tão melhores que os atuais?

As organizações de hoje tentam combater as quadrilhas de bandidos, o trânsito caótico e as centenas de problemas que foram criados aqui no pedaço desde que a verticalização tomou conta do lugar. Hoje nossos problemas são muito maiores, mas mesmo assim o trabalho dessas pessoas não é reconhecido.

Nesse final de semana li no Jornal da Gente que os Consegs podem servir de palcos eleitorais. Não presenciei nada disso, embora ache que os Consegs e os Núcleos de Ações Locais sejam os melhores lugares para que líderes políticos surjam espontaneamente. Isso não seria um problema mas sim uma solução.

O princípio do voto distrital é justamente o surgimento de lideranças locais a partir de organizações comunitárias. Mas o Jornal não vê essa possibilidade como uma coisa boa.

Esse mesmo Jornal ressalta o fato dos Consegs terem pouca participação da comunidade, embora nossos Consegs sejam bem movimentados se comparados a outros do resto da cidade. Mas ao invés do Jornal incentivar a participação comunitária, critica as atividades, afastando potenciais participantes. Insinua que as pessoas estejam ali com segundas intenções.

Sugeriria a esse mesmo Jornal me perguntar quanto dinheiro já gastei com passagens, estacionamento, gasolina, xerox, internet, sola de sapato e horas e horas de dedicação a reuniões para tentar melhorar o bairro. Se eu gastei isso, as Presidentes dos Consegs gastaram cem vezes mais. Isso significa que não trabalhamos de graça mas pagamos para trabalhar. Enquanto isso, o Jornal fatura.

Se tentar remover uma árvore para que ela não caia na cabeça de alguém não é assunto de segurança, sugiro que o jornalista arrisque se abrigar sob alguma, durante um temporal. Se tentar organizar o cruzamento que está tendo colisões não é assunto de segurança, sugiro que o mesmo tente atravessá-lo distraidamente. Se tentar dar um jeito na casa abandonada não é assunto de segurança, sugiro que o Jornal se instale ao lado de alguma, de preferência invadida por mendigos que fazem fogueira e gritam a noite toda.

Eu, como moradora, quero mais é que esses líderes fiquem bem conhecidos, aplaudidos e envaidecidos. No dia em que isso acontecer, o bairro estará muito melhor, graças a eles e a todos os que se engajarem nos movimentos.

Quanto ao Jornal, estou triste por ver que não estamos tão bem representados quanto imaginava. Eu adorava ler esse Jornal. Agora, já fico atenta.