Ontem, durante a entrega do abaixo-assinado ao Bispo Dom Fernando - já que Dom Odilo esteve na igreja no dia anterior sem comunicar a comunidade - para mim ficou claro o motivo da comunidade não se envolver demais em assuntos comunitários ou em manifestações:
O motivo é simples! Porque quando participamos de manifestações como essas, tantos, mas TANTOS interesses estão envolvidos, que a probabilidade de se fazer o papel de "bobo da corte" é imensa!
Uma senhora perguntou a que partido estávamos representando, já que antigamente o PT costumava encabeçar todo tipo de passeata ou protesto, fosse ele de qualquer natureza.
Nessa história da Reciclázaro, o responsável pela desativação não foi encontrado. A Igreja disse que foi a Associação, o Padre supostamente disse que foi a Cúria, a Associação disse que recebeu ordens. Depois o Padre falou que não disse nada disso, o jornalista disse que o Padre falou sim, por telefone e em reunião, onde estavam vários presentes. Um leitor escreveu ao jornal dizendo que o Padre não estava falando a verdade.
A Associação voltou atrás e disse que foi decisão dela. As lideranças comunitárias não acreditaram e pressionaram. O Bispo disse que não tinha tempo, mas quando foi ver ele apareceu por lá de surpresa, quando os manifestantes estavam assistindo o Caldeirão do Huck.
Os recicladores ficaram bravos com o jornalista, dizendo que foram injustiçados na capa do Jornal maldosamente. Acho que o jornalista boicotou a manifestação, pois não o vi lá.
Na manifestação estavam presentes várias pessoas, mas não aquelas que estão diretamente envolvidas no projeto. Enquanto o protesto rolava lá fora, na porta de igreja alguns paroquianos reclamavam da falta de respeito ao Bispo e às decisões da Igreja.
Nessa história, moradores que supostamente reclamaram do lixo foram sondados, interesses de construtoras ou empresas prestadoras serviço levantados, bem como a corrupção na Prefeitura. Até o Prefeito pagou o pato sendo que provavelmente não estava nem sabendo de nada. Ou será que estava?
Durante os discursos, era possível notar a impaciência com a movimentação de pessoas, com o sol queimando na cabeça. Dom Fernando, já idoso, cozinhando os miolos na maior paciência, tentando fazer um discurso com sua voz que era só um fiozinho.
Das centenas de sacos prometidos pudemos ver apenas algumas dezenas, e é por essas e outras que devemos repensar a forma de nos organizarmos socialmente. Dizem que nunca devemos tomar decisões importantes sozinhos. É preciso consultar especialistas e pessoas queridas para que a probabilidade de erro diminua. E a ausência maciça de participantes pode ser atribuída não à inércia ou falta de cidadania, mas à uma decisão conjunta, de pessoas maduras, que conhecem as armadilhas da vida.
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